SEM PALAVRAS
Escrevo cem palavras
Apago noventa e nove
Pois a dor que há nelas
Não desejo transmitir.
A que me resta é boa
E má quando estou só
Passeia nos meus lábios
Queima os meus olhos.
Lutam pena e borracha
No papel vida borrada
Chovem lágrimas frias.
Vêm mais uma centena
Que escapam aos dedos
Nas mãos apenas amor.