Todos mudam, mais cedo ou mais tarde
Todos mudam, mais cedo ou mais tarde
Iludidos que o riso é permanente
Mas o tempo sorrateiro sem fazer alarde
Já preparou seus dias descontentes
E essa luz que nos teus olhos arde
Que outrora fora tão resplandecente
Sobre os gládios deste revés covarde
Tornar-se-ão frios e indiferentes
Levado pela correnteza da mudança
Sepultando os teus sonhos de criança
Alheio aos delírios de vã crendice
Isolado em sua interna agonia
Vislumbrando dolorosa nostalgia
Ante o reflexo decrepito da velhice