TEMPO DE SORTILÉGIO * Na queda
Sem rede ou outra protecção --- a queda!
No circo, o povo aplaude, delirante!
O pão e o circo, em Roma, por bastante!
A negação por si mesma leveda!
Com Ceres, haja pão, vindima e vinho!
Com Baco, venha, trágico, o delírio!
Com César, haja arenas de martírio!
Que a perdição se cumpra por caminho!
Saturno, indiferente, o tempo mede.
O livre arbítrio é doutra dimensão
e condição, parcela doutra soma…
O bárbaro não pode e fraco cede…
Sem tempo, arenas, circo, vinho e pão
o império glorificam --- Viva Roma!
José-Augusto de Carvalho
2 de Janeiro de 2019.
Alentejo * Portugal