ETERNIZADA

Ouço o rugir do tempo, bravo como fera.

Levando sobre si, todas as desgraças...

Fui escrava d'ele. Sobre a fenda lucífera;

Todos os rostos marcados em tuas graças.

Ontem fui menina que sorria para o mundo,

Hoje, trago no meu rosto as marcas lânguidas.

Já num estágio de desânimo profundo...

Hás de sobrevir ainda outras magnânimas?

Quem me dera viajar sobre o véu do tempo,

Sentir-me em cada palavra duma poesia...

Viver e tragar dos sonhos que me lembro.

Estarei eternizada nas linhas destes versos;

Onde sonhei mais alto do que a Vida ou Morte

Foram liras arraigadas em jardins dispersos.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 31/12/2018
Código do texto: T6539450
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