ETERNIZADA
Ouço o rugir do tempo, bravo como fera.
Levando sobre si, todas as desgraças...
Fui escrava d'ele. Sobre a fenda lucífera;
Todos os rostos marcados em tuas graças.
Ontem fui menina que sorria para o mundo,
Hoje, trago no meu rosto as marcas lânguidas.
Já num estágio de desânimo profundo...
Hás de sobrevir ainda outras magnânimas?
Quem me dera viajar sobre o véu do tempo,
Sentir-me em cada palavra duma poesia...
Viver e tragar dos sonhos que me lembro.
Estarei eternizada nas linhas destes versos;
Onde sonhei mais alto do que a Vida ou Morte
Foram liras arraigadas em jardins dispersos.