Ele é o buril, a burilada e o próprio burilador.
O Espírito encontra o tempo e adiante avança
Inscrito na espiral cíclica da imortalidade,
Sábio com a idade dos tempos já vencidos
E jovem em face dos tempos por vencer.
Desloca-se na velocidade do pensamento e,
Mais rápido que a luz, vence distâncias siderais.
Dobra e desdobra o espaço a um só comando mental
E transita entre as estrelas, num faixo de luz.
Como viajante estelar, revela-se, antes, socrático,
Um sabedor que mais não sabe do que sabe,
Um conhecedor paulatino de si próprio.
Singelo e sem conhecimento na origem, burila-se,
Gravando em si mesmo traços de perfeição,
Burilados sucessivos, fortes e suaves.