JURAS DE ANO NOVO

Agora, que já se avista o fim do ano,

é tempo de adular velhas mentiras.

Tomar o inverossímil por decano,

se lambuzar no prato em que cuspira.

Que janeiro soterre os desenganos,

antes que o frio de julho aqueça a ira.

E faça brotar em ti o mais que humano,

anel de bruta pedra, invés safira.

O deus Tempo, iludindo perdedores,

cochichará segredos conhecidos:

“Não hão de ser projetos desertores,

barreiras ao nobre dever cumprido!”

Dezembro vem trazendo sua herança...

Fracassos disfarçados de esperança!

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 29/12/2018
Reeditado em 15/10/2019
Código do texto: T6538144
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