Estige.

Antanho, coberto pelo manto da noite,

Sonhava a travessia do Estige, amedrontado.

Caronte levava os mortos, mas me deixava

Na margem viva para eu olhar o outro lado.

Hodierno, o barqueiro me conduz, ida e volta,

No translado dos vivos para a morte,

Como sendo onírico e silencioso olheiro

Da condição dos mortos após suas vidas.

Vindouro, o momento fatal não me amedronta.

Tanto fui e voltei que meu medo sumiu.

Aos que ainda temem, esculpi na outra margem:

Recupere a esperança, você que aqui chega.

Felicidade precisa de recomeços;

Quem os quiser que retorne com o barqueiro.

Le Oliva
Enviado por Le Oliva em 27/12/2018
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