Emancipação da alma.

Sitiada e imersa no breu da noite e do sono,

Coberta pelo manto turvado e sem dono,

Desperta a alma a se deparar com seu patrono,

Que lhe guarda atento e constante, face a face.

Desacorrentada, a alma recolhe as mensagens,

Codificadas pelas oníricas viagens

Em planos e esferas de espirituais paisagens

Poetizadas (“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”).

De dia, o Espírito encarnado, como habitante

Preso ao brio de fogueira em furna limitante,

Percebe o esboço de si e aprende em cada impasse.

De noite, dormir é jornada dantesca ou calma.

Dormindo, repousa o corpo e se emancipa a alma,

Que flerta a morte viva no afrouxar do enlace.

Le Oliva
Enviado por Le Oliva em 27/12/2018
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