Lição de Engenharia
Enquanto nós aramos e plantamos,
Buscando na terra nosso alimento,
Ela apenas tece com seu talento
Uma teia mortal por entre os ramos.
Uma presa logo ali se debate,
Tão indefesa no visgo grudento.
A aranha, alheia ao sofrimento,
Prepara o veneno para o abate.
Envolve calmamente o petisco.
Pra nós, é só um inseto nojento,
Mas vai aos rebentos dar alimento.
E eu, maravilhado a tudo assisto:
Colher de um inseto, quem diria,
Uma lição de pura engenharia.
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Depois que escrevi este soneto, fiquei sabendo que aranha não é inseto. Nunca é tarde para aprender. Quem escreve tem que ter cuidado com estes detalhes, para não deseducar as pessoas. Portanto, onde está "inseto", leia-se "animal".