Lição de Engenharia

Enquanto nós aramos e plantamos,

Buscando na terra nosso alimento,

Ela apenas tece com seu talento

Uma teia mortal por entre os ramos.

Uma presa logo ali se debate,

Tão indefesa no visgo grudento.

A aranha, alheia ao sofrimento,

Prepara o veneno para o abate.

Envolve calmamente o petisco.

Pra nós, é só um inseto nojento,

Mas vai aos rebentos dar alimento.

E eu, maravilhado a tudo assisto:

Colher de um inseto, quem diria,

Uma lição de pura engenharia.

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Depois que escrevi este soneto, fiquei sabendo que aranha não é inseto. Nunca é tarde para aprender. Quem escreve tem que ter cuidado com estes detalhes, para não deseducar as pessoas. Portanto, onde está "inseto", leia-se "animal".

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 26/12/2018
Reeditado em 11/01/2019
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