O QUE QUE HÁ? [824]
O QUE QUE HÁ? [824]
por João Gomes da Silveira
Tempos gastei, até falar “te amo”,
que a timidez pegava-me no pé;
e, mesmo hoje, vou calar quem é
a diva pela qual eu me derramo.
A ausência tua não nos põe café,
ao passo que por ti mais me proclamo.
Achas que neste exílio não reclamo,
nem fico bravo como algum lelé?
Não me envies de teus beijos a mudez.
Nem cai bem, não combina nem de leve.
Teu silêncio me amplia a timidez.
Reivindico de ti um “oi”, “olá”,
palavrinha qualquer, ou frase breve,
desde que noticies o que que há.
Fort., 21/12/2018.