Soneto Inelutável
Dessa vez eu tenho que conseguir
Amarrarei a corda no meu pescoço
Liarei o punho, esbugalhando o olho.
Irei agora à origem do existir?
Minto! digo isso, mas eu não consigo
O coração aperta mais do que a corda
O crânio, implodindo no instinto;
A mão alva, não deixando-me agora...
Por força da vontade, estou morto
Grito socorro, mas na realidade
Quem quer ouvir um poeta lamurioso?
Vagabundo e cheio d'excentricidades,
Que em soneto triste e pesaroso,
Só diz suicídios, depressividades.