DORES E ENCANTOS DO POETA - (para ciranda CAPPAZ)
O bardo chora a dor imaginada,
E espraia sobre os versos com agror,
Tomando para si o desamor,
De cada linha expressa, tracejada.
Mas se é real, a história versejada,
Disfarça o seu sofrer (um fingidor),
Declara não ser sua a própria dor;
Insiste e jura a todos não ser nada.
Noutro momento, a brisa sopra mansa,
E o vate se debruça sobre os versos,
Declara o seu amor, o enlevo alcança,
E em rubras pétalas far-se-á o encanto,
A se estender por belos universos,
No enlace afetuoso sacrossanto!