CANTO REVELADO * À bolina...
No meu alforge trago a referência:
a sede no cantil mitigada,
a fome no taleigo saciada,
a paz duma frugal sobrevivência..
No peito trago o coração pulsante
de velas navegando contra o vento
clamando em qualquer tempo é o momento
de ser e de rumar para diante.
Que fique para trás o tempo morto
que apenas é presente na lembrança
e nas saudades raras de criança
consegue dar-me instantes de conforto.
O tempo é este tempo que me imponho:
o tempo meu --- doutro nenhum disponho…
José-Augusto de Carvalho
11 de Dezembro de 2018.
Alentejo * Portugal