IMENSIDÃO
Tu vês as ondas que inundam o meu ser?
Submergem em minha imensidão vazia,
Onde nada além existe, num abster...
As gotas que deságuam n'alma comprazia.
Há um mar em mim, profundo e selvagem;
Eu, náufrago, em minhas próprias lágrimas
Coração turbulento, à deriva numa margem
Um marujo ao desalento, às duras lástimas.
Sou feito fera no cio, anjo caído. Inverso;
Todas as estações num único efeito
Sou a luz do céu... o caos do universo.
Há um rio dentro dos meus olhos. Pranto;
Fora de mim, a secura dum deserto
Sobrevindo a fúria, trazendo-me recanto.