IMENSIDÃO

Tu vês as ondas que inundam o meu ser?

Submergem em minha imensidão vazia,

Onde nada além existe, num abster...

As gotas que deságuam n'alma comprazia.

Há um mar em mim, profundo e selvagem;

Eu, náufrago, em minhas próprias lágrimas

Coração turbulento, à deriva numa margem

Um marujo ao desalento, às duras lástimas.

Sou feito fera no cio, anjo caído. Inverso;

Todas as estações num único efeito

Sou a luz do céu... o caos do universo.

Há um rio dentro dos meus olhos. Pranto;

Fora de mim, a secura dum deserto

Sobrevindo a fúria, trazendo-me recanto.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 11/12/2018
Reeditado em 11/12/2018
Código do texto: T6524265
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