AFRODITE na FEIÚRA
(ensaio sobre Rimbaud)
Caída a tarde os moleques sabem
o espetáculo que joga o bairro no além
mulher nua banhando-se no rio
ostentando mapa mundi de estrias e celulites
faz das tetas caídas e do sexo podre
uma sirene espantando o cio
nojo e riso lado a lado quites
vislumbram na Rainha da Carniça
a idade medida pela hérnia no ânus
desta mulher horrivelmente linda
que alimenta os vermes d'água turva
alheia ao mundo como se conquistado
o trono da feiura ainda
houvesse horror a desafiar no fim