PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA

Ao te fitar vejo dois punhais afiados,

Dois vítreos fragmentos caídos do céu.

Eles me fitam como um juiz fita os réus,

No momento em que julga a todos culpados.

Nos teus olhos a sentença, mesmo sem culpa.

Meu pecado foi amar-te além da razão,

Deixar-me levar pelo louco coração,

Que me impeliu por veredas sem desculpa.

Neste mundo, se existe alguma justiça

Culpado teria que ser quem enfeitiça,

E não aquele que se deixa enfeitiçar.

Quando o amor como pecado for julgado,

Só neste dia aceitarei que fui culpado

Por este crime cometido de te amar.

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Inspirado no soneto ZARABATANA AZUL, do poeta fcunha lima, que nos presenteou com esta linda interação da interação.

OLHAR DE VIDRO

O teu olhar de vidro me enfeitiça,

Ferindo minha alma me endoidece,

Então meu coração que já padece,

Se defende, fica duro qual caliça.

Fugir do teu olhar dá-me preguiça,

Pois ele é tudo que o amor merece,

Mas fujo do feitiço em uma prece,

Orando a Deus apenas por justiça.

O teu olhar de vidro fura e fere,

Sangrando o peito meu se destempere,

Fugindo deste visgo do olhar.

Enquanto vivo nesta injustiça,

Eu reconheço que ele me atiça,

E permaneço pronto pra te amar.

fcunha lima

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Da excelente poetisa Naget Cury recebi esta bela interação:

Feitiço tem teu olhar maroto,

Atrai o meu sem o meu querer,

Esse que te faz parecer garoto,

É o pecado que ouso cometer.

Faço de conta que resisto,

E cerro os olhos, nem sei porque,

Meus olhos me traem e persisto

Na loucura de em ti me perder.

E se fujo, eis que me entrelaças

Irresistível amor que me abraça...

Será culpa desse teu jeito de ser?

Talvez minha! Inda que lamente,

Que seja meu teu olhar ardente,

Nessa mentira que insisto viver!

Naget Cury

Jota Garcia
Enviado por Jota Garcia em 08/12/2018
Reeditado em 12/12/2018
Código do texto: T6522324
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