LUA CHEIA (Expressionismo no soneto 20)
LUA CHEIA
(Expressionismo no soneto 26)
(Ao meu poeta querido Augusto dos Anjos)
Navega a Lua cheia acetinada,
Pelo céu telúrico de mortalha,
A cortar a noite como navalha,
Prenunciando à morte da jornada...
Pergunto sobre a vida amortizada,
Que apregoa a “matraca que chacoalha”?
-Vale-se a pena a imensa dor que espalha,
Ser tacitunamente festejada?...
Porem, indiferentemente pálida,
Presa em fios de seda, tal crisálida,
Completamente bêbada de luz,
Revela-se pros cândidos perplexos,
Ao enluarar seus braços num amplexo,
Ser o Anjo da Morte que nos seduz...
Niterói, em 13.03.012 (03h: 57’)
Ronaldo Trigueiros Lima
(Métrica: Decassílabo)