AMOR ATO ONZE

Entro novamente no beco perfumado

e nele envio pedidos de uma crença inicial:

o tempo presente, o perdão, a visão

da colina luminosa em minha cidade natal.

Não há feridas na porta evidente,

se o trágico patético entra

minha mão anônima paralisa a seta

e salva o cultivo do beijo recente.

Uma nudez de filhos rola neste momento,

crianças perseguem sombras tão cúmplices

porque sai de ti um arrebatamento.

Filhos para o alcance dos dedos,

e mesmo diante de tais visões fugazes,

a paixão vence o acesso dos medos.

Do livro:"Amor por força da lembrança"

Paulo Fontenelle de Araujo
Enviado por Paulo Fontenelle de Araujo em 03/12/2018
Reeditado em 15/01/2019
Código do texto: T6517672
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