OZIMANDIAS
Ao vir de antiga terra, disse-me um viajante
Duas pernas de pedra, enormes e sem corpo,
Acham-se no deserto. E jáz, pouco distante,
Afundando na areia, um rosto já quebrado,
de lábio desdenhoso, olhar frio e arrogante
Mostra esse aspecto que o escultor bem conhecia
Quantas paixões lá sobrevivem, nos fragmentos,
À mão que as imitava e ao peito que as nutria
No pedestal estas palavras notareis:
"Meu nome é Ozimândias, e sou Rei dos Reis
Desesperai, ó Grandes, vendo as minhas obras!"
Nada subsiste ali. Em torno à derrocada
Da ruína colossal, areia ilimitada
Se estende ao longe, rasa, nua, abandonada.
Publicado em Dezembro de 1818
Referindo reinado do Faraó Ramisés II