PÁSSAROS ACORRENTADOS

Almas sofridas, doídas, perdidas

Na sombra da noite, choram a vida

Filhos da paixão, da ilusão, da emoção

Reféns da timidez, da embriaguez, da insensatez

Envolvidos em conflitos, em fantasias, em mitos

Que criam da dor, das mágoas, do amor

Com sentimentos adversos, aversos, controversos

Seguem enlaçados, calados, machucados

Almejam a paz, o vôo, a justiça

Mas esbarram no orgulho, no medo, na cobiça

Esquecem o sonho, o encanto, a premissa

Almas singelas, presas às mazelas

Amanhecem doentios, no vazio, em desvarios

Confinados nos ninhos, pobres passarinhos