Ad Aeternum
A’ngústia d’este tão morno tempo cinza
Taciturna estende u’manto d’amargura
Contando estórias d’elegíacas branduras
Assolando o corpo que lânguido respira
N’uma inquieta porventura dor intrínseca
Que se refreia na barreira mente humana
Transtornando a ínfima força das entranhas
Já frágeis à pressão mundana extrínseca
Arrastand’os resíduos d’uma paz d’outrora
Quimera vívida e quiçá vivida por horas
Na venustidade veranil do contentamento
Em solidão descansa o véu d’esta memória
Cada incômodo em silhueta persecutória
E o’sonhos retornam puro estranhamento.