Sonetilho do Acamado

Na alcova sombria e quente

Pobre demais, se não erro,

Repousa um moço doente

Sobre uma cama de ferro.

Pede-lhe baixo inclinada,

Sua mulher — que adormeça,

Em cuja perna curvada

Ele reclina a cabeça.

Vem uma loira figura

Com a colher da tintura,

Que ele recusa, num ai!

Mas o solícito anjinho

Diz-lhe com riso e carinho:

— Bebe que é doce, papai!

Autor desconhecido
Enviado por Miguel Toledo em 24/11/2018
Reeditado em 24/11/2018
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