Sonetilho do Acamado
Na alcova sombria e quente
Pobre demais, se não erro,
Repousa um moço doente
Sobre uma cama de ferro.
Pede-lhe baixo inclinada,
Sua mulher — que adormeça,
Em cuja perna curvada
Ele reclina a cabeça.
Vem uma loira figura
Com a colher da tintura,
Que ele recusa, num ai!
Mas o solícito anjinho
Diz-lhe com riso e carinho:
— Bebe que é doce, papai!