Crepúsculo - 03

Crepúsculo desmaiando na fimbria do infinito

O astro rei aos poucos se retira desta paisagem

Cortinas fecham-se ao final de cada entardecer

Para reabrisse num quadro novo superlativo.

São sequencias variáveis de exteriores claros

Que nascem num ritual constante, inevitáveis.

Nos andarilhos das sequências que são criadas

Sobre panos e de telas que orgulham olhares.

A cada crepúsculo um patíbulo novo se cunha

No aguardo de penitenciar o gênio a desfalecer

No crucial momento em que faz sua despedida

Assim como caravanas enfileiradas desabrocham

Nos áridos e insensíveis olhares que se perdem

Nos anoiteceres que se formam em renovação.