À Noite
Tarde virá à noite e este céu,
azul que vês este risonho...
Céu há de cobri-lo o seu negro véu,
cobri-lo, deixando-o tristonho.
Como ele, há de ficares, tu que já ouviste,
merencório às notas do lamento...
Entoar no peito triste,
melodias que lhe traz o vento.
Nesta estrada em que andas, vão os sonhos,
vem às mágoas, e os medonhos
pensamentos que ecoam como um grito...
Se dispersam como às brumas n'alvorada,
ante o canto matinal da passarada,
e o astro que despontas no infinito.