Soneto vai e vem das ondas
Sentado, olhando o vai e vem das ondas
Rasgaram meus olhos ao sol brilhante
Minha pele queimou com o vento
E minha alma ardeu nas contradições.
Sentado, olhando o vai e vem das ondas
Vi um pássaro azul em queda livre
Tão absurdamente veloz rasgando o tempo
Cantando o fim da vida em seu eco solitário.
Enxerguei tardiamente as cores da vida
Percebi o quanto de poeira passou em meus pés
E caiu uma lágrima em meu coração.
Sentado, olhando o vai e vem das ondas
Senti alguém com a mão em meu ombro
Só senti, não havia ser ali, não havia ser ali.