Soneto de inocência
Falo da nossa infância
Anos oitenta e noventa
Pois cada coisa a gente inventa
Quando se é uma criança
Raspar a panela de bolo da vovó
Voltar da escola na chuva
Ficar até tarde na rua
Chamar um cachorrinho de totó
Carrinho de lata, boneca de espiga de milho
Pedir dinheiro pra comprar bala
Adormecer no sofá da sala
Comer bolinho feito de água, sal e trigo
Ter medo do saci pererê
Querer ser Peter Pan e nunca crescer...