- Meia-noite saí de um cano coberto de trampa !
Quem debruçar nos meus abismos irá encontrar lama
Em um chão sujo das mazelas largadas ao relento
Com os gritos da noite gemendo de um pavor sem fim.
Tudo será escuridão e a podridão dos desejos lá habitam.
Montes de fezes carcomidas pelas urinas de morcegos e ratos!
Tudo fede e nada presta! São os meus desejos e pensamentos,
Lá eles estão meio soterrados, alguns ainda resistem ao tempo.
Nada se salvará depois do grande temporal, grita um abutre!
Todos os seres vivos e mesquinhos gritaram uníssono. Vingança!
Peguemos os facões e saiamos por caminhos inescrupulosos e pedras,
Pula-se uma, dá-se com a cara no chão e o sangue jorram volumosos,
Chegam os abutres de plantão querendo tudo sugar e levar para longe.
Não,digo em voz alta, deixa-me os meus pensamentos, eles morrerão.
Nem tudo renascerá, odores da podridão por muito tempo ficarão no ar!
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