CONTRIÇÃO (soneto)

Às vezes, uma saudade me silencia

Nesta solidão e um vazio que ando.

Sofro e cismo, no cerrado, quando

As lembranças do mar são teimosia

Dores e saudades sufoquei calando

Desespera!... uma explosão, todavia

Ah! Como eu quisera, uma outra via

Porém, sorte, é fator não um mando

Percebo que naufraguei na solitude

Revolto, neste princípio de velhice

Choro e rio, brado, farsa ou atitude

As venturas que não tive por asnice

Meu remorso, o que viver não pude

E os amores, o amor que não disse!

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2018, novembro - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 08/11/2018
Reeditado em 30/10/2019
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