Carnaval
Moveu-se como coreógrafo de devaneios
Vestiu-se com aquilo que gostaria de ser
Meteu-se entre a lógica e o anseio, de permeio
Cumprindo a fantasia, rolava o acontecer
Luzes de neon, ruídos de apito, e brumas de pó
Longe do pó, de onde surgiram os homens
Mas o que mascara a verdade, alucina sem dó
Cobrem de anjos piratas, que vagueiam em nuvens
Cabrochas meneiam os corpos, lascívia em ritmo nu
Mestre Sala diplomático, mesmo assim nada didático
Derrama no asfalto o cenário, lupa de um mundo cru
E a chama que alumia a mensagem da apoteose
Como a necrose de uma legítima fogueira
Deixa por onde passa, as cinzas de uma quarta-feira