Carnaval

Moveu-se como coreógrafo de devaneios

Vestiu-se com aquilo que gostaria de ser

Meteu-se entre a lógica e o anseio, de permeio

Cumprindo a fantasia, rolava o acontecer

Luzes de neon, ruídos de apito, e brumas de pó

Longe do pó, de onde surgiram os homens

Mas o que mascara a verdade, alucina sem dó

Cobrem de anjos piratas, que vagueiam em nuvens

Cabrochas meneiam os corpos, lascívia em ritmo nu

Mestre Sala diplomático, mesmo assim nada didático

Derrama no asfalto o cenário, lupa de um mundo cru

E a chama que alumia a mensagem da apoteose

Como a necrose de uma legítima fogueira

Deixa por onde passa, as cinzas de uma quarta-feira

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 08/11/2018
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