DOS VERSEJARES CERTO E DECADENTE
“Se o poeta foge à métrica
é igual à lâmpada elétrica
acesa durante o dia.”
João Justiniano da Fonseca (*)
Só o versejador que compõe o verso medido
Sabe aproximar do bom Deus seus versos cadentes.
Se possuído está de parnasos já ausentes,
Bem dignifica o mote poético lido.
Na superação de versos em prosa ou mortos
Na alma do vate que registra consistência
– Em espelhos ou termos da própria existência –
Repousam fortalezas e robustos portos.
O verso decadente e de ritmo maltratado
Desagrada ouças sãs pelo molde que o cobre;
Para vate purista, segue descartado.
Para satisfação nessa arte assim composta,
Para hoje fugir do parnasianismo nobre,
Senda há: – da imperfeição ou da métrica deposta!
Oswaldo Francisco Martins
Salvador, 07/11/2018.
(*) Escrito por João em Salvador, 4 de março de 2001, no posfácio do livro Realidades versejadas em sonetos, de minha autoria.