RENASCENÇA [817]
RENASCENÇA [817]
por João Gomes da Silveira
Perde a hora aprazada do avião,
perde o trem, o metrô, o que te cansa;
só não percas jamais uma esperança,
a mais leve que tens no coração.
Perde a dama que tiras numa dança,
perde os mimos do “olá” do teu patrão,
mas não percas palavras que te dão
os mais vagos sinais de vida mansa.
A perder teus berloques tão pequenos,
grandes sonhos mantém com abastança
e verás que teus planos são amenos.
É das perdas que surge a renascença
e, se perdes o amor, faz a festança
– outro amor há de dar-te certa crença.
Fort., 06/11/2018.