Borboletas

Quem dera eu fosse um mendigo.

Justificaria o ato de implorar.

De mãos estendidas e olhar cabisbaixo,

Talvez se apiedasse desse pobre a clamar.

Por um olhar que fosse, ou um gesto doce,

Meu peito exultaria à minha figura notar.

Um sorriso tímido me viria aos lábios,

E talvez a coragem para me declarar.

Se pudesses reparar o tremor em minhas mãos,

E o panapaná em meu interior,

Perceberias o quanto minha angústia traduz puro amor.

Mas, apenas a vejo passar,

Com seu perfume a me causar dor

Minhas borboletas morrerão sem sua flor.

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 06/11/2018
Código do texto: T6496170
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