Borboletas
Quem dera eu fosse um mendigo.
Justificaria o ato de implorar.
De mãos estendidas e olhar cabisbaixo,
Talvez se apiedasse desse pobre a clamar.
Por um olhar que fosse, ou um gesto doce,
Meu peito exultaria à minha figura notar.
Um sorriso tímido me viria aos lábios,
E talvez a coragem para me declarar.
Se pudesses reparar o tremor em minhas mãos,
E o panapaná em meu interior,
Perceberias o quanto minha angústia traduz puro amor.
Mas, apenas a vejo passar,
Com seu perfume a me causar dor
Minhas borboletas morrerão sem sua flor.