Odeio Alzheimer
Olho para seu rosto e nada vejo
Algo ali oculta seu olhar antigo
Por alguma interação mendigo
Tento alcançá-lo com um gracejo
Parece nem escuta o que lhe digo
Dias ainda mais difíceis antevejo
Abraço-o, “estou aqui“ rumorejo
Apesar da impressão que o fatigo
Quase não me olha solta bocejo
Digo “vim comer biscoito contigo”
Embora saiba seu mal não mitigo
Que injusto é tudo isso esbravejo
Me invade o coração um só desejo
Que dessas trevas saia meu amigo.