Odeio Alzheimer

Olho para seu rosto e nada vejo

Algo ali oculta seu olhar antigo

Por alguma interação mendigo

Tento alcançá-lo com um gracejo

Parece nem escuta o que lhe digo

Dias ainda mais difíceis antevejo

Abraço-o, “estou aqui“ rumorejo

Apesar da impressão que o fatigo

Quase não me olha solta bocejo

Digo “vim comer biscoito contigo”

Embora saiba seu mal não mitigo

Que injusto é tudo isso esbravejo

Me invade o coração um só desejo

Que dessas trevas saia meu amigo.

Wilmar Guimaraes
Enviado por Wilmar Guimaraes em 06/11/2018
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