Caminho - soneto
Galharia ressecada pelas vicissitudes do tempo capaz
que enfeita a visão da alma, que ainda viva contempla.
E deslumbra-se ao enfeite do momento em andamento
voando como um pássaro alado, pousando no pico do ipê.
Arvores depiladas a ocupar espaço. E o que vejo...
neste caminho sóbrio e escuro, sem alternância
No aberto, caricatos encenam quadros sem vestígios.
onde pensamentos fantasiosos agregam teu semblante.
Silhuetas dançam neste cenário relembrando assuntos
que deveriam estar incorporados aos arquivos mortos
como sepulcros caiados, frios e inertes ao tempo.
Mas ainda assim cortinas se fecham inanimadas
de esperanças, aquecidas pelos raios solares
que invadem o cenário, para deitar-se ao chão.