O teu pedido ninguém recusa
O teu pedido ninguém recusa,
E tu sabes em plena verdade.
No teu semblante, ar de musa,
Perfaz um corpo de divindade.
Timbre doce; ressoa o acalanto,
Um desejo ígneo que se acusa,
Só de fitar sucumbo em encanto,
Irrupção que se iguala à Medusa.
Em ode, saliento cada atributo teu.
Com tenacidade inferior a de Perseu,
Não simulo nem diminuta resiliência.
Eis um calabouço que sempre caio,
Perto de me transmutar num lacaio,
Resvalo sem vestígio de consciência.