SEXOS nas FLORES
Com a pompa dos paletós amarrotados
piso as botinas caras e seguras
na cola, coitado!
o bolso sem dinheiro faz andar
dobrado, como pode o homem de inteligência
musculosa e pobreza infame
os cabelos despencados denunciam o abandono
não posso mais olhar atrás
o céu distante não deixa escolha
tenho que andar p'ra despistar o destino
e quando a chuva molha a única
roupa que não banqueteou as traças
faz do sonho a túnica que me cobre o sexo duro
e os demônios femininos tatuam-me os sexos nas flores qu'escorrem pelo muro