A NOITE PRETA

Vim dos becos vazios e negros da Noite,

Trazida nos braços da pérfida penumbra

Dilacerando a mente como um açoite;

Sobre o véu da morte que jaz deslumbra.

Sobre teus olhos turvos o bréu propaga;

Fostes amaldiçoada entre as mortais.

Coração exímio de Paz, alma notívaga,

Dum invernal abraço à chagas infernais.

Teus olhos são como a noite preta

Dum mundo de silêncio grita a morte;

Invocando-te: _ musa que me és eleita.

Num pavoroso soneto de despedida,

Sobre os versos algozes e espectrais

Filha da Noite, minh'alma enternecida.

Cristina Milanni
Enviado por Cristina Milanni em 31/10/2018
Código do texto: T6491215
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