A NOITE PRETA
Vim dos becos vazios e negros da Noite,
Trazida nos braços da pérfida penumbra
Dilacerando a mente como um açoite;
Sobre o véu da morte que jaz deslumbra.
Sobre teus olhos turvos o bréu propaga;
Fostes amaldiçoada entre as mortais.
Coração exímio de Paz, alma notívaga,
Dum invernal abraço à chagas infernais.
Teus olhos são como a noite preta
Dum mundo de silêncio grita a morte;
Invocando-te: _ musa que me és eleita.
Num pavoroso soneto de despedida,
Sobre os versos algozes e espectrais
Filha da Noite, minh'alma enternecida.