FLORES NO ESQUIFE
SONETO A QUATRO MÃOS
(estrofes alternadas)
AILA BRITO - 1,3/ DILTONRB - 2,4
As flores que eu colhi para te dar
Um dia em tua vida, recusaste,
Porém hoje se ajustam para ornar
Teu sono perenal; fatal contraste!
Minh'alma se arrefece em vil pesar;
Da luz se faz o breu; do ser, um traste!
No plúmbeo rosto vejo figurar
Que se transcende o amor que me negaste!
No ramalhete, a rosa destacada
Expressa com ternura o meu amor,
Centelha que jamais será apagada.
Como a ilusão de tê-lo me marcou!
Que seja essa dolência suplantada
Na bonança em que a morte te levou!
(Obrigadíssima ao exímio poeta DILTONRB pela honra
dessa incrível parceria)
xxxxx
Primorosa interação do exímio POETA CARIOCA. Grata!
CORES SOBRE A MORTE
As pétalas deitadas na partida
Beijam o féretro de mogno claro,
Cores e cores morrem sem amparo,
Vidas e vidas choram ressentidas!
A sinistra impressão da morte adida,
Absorve o encanto, ergástulo - Declaro! -,
As flores num fremido desamparo,
Fenecem junto à lágrima da vida!
A alquimia entre a infância e o agora impacta,
Livre o odor no ar, filosofia intacta,
De inesquecível essência na lembrança,
Que a homogenia da tristura facta
Une os semblantes numa dor compacta
Cumprindo um quadro de desesperança!