FLORES NO ESQUIFE

SONETO A QUATRO MÃOS

(estrofes alternadas)

AILA BRITO - 1,3/ DILTONRB - 2,4

As flores que eu colhi para te dar

Um dia em tua vida, recusaste,

Porém hoje se ajustam para ornar

Teu sono perenal; fatal contraste!

Minh'alma se arrefece em vil pesar;

Da luz se faz o breu; do ser, um traste!

No plúmbeo rosto vejo figurar

Que se transcende o amor que me negaste!

No ramalhete, a rosa destacada

Expressa com ternura o meu amor,

Centelha que jamais será apagada.

Como a ilusão de tê-lo me marcou!

Que seja essa dolência suplantada

Na bonança em que a morte te levou!

(Obrigadíssima ao exímio poeta DILTONRB pela honra

dessa incrível parceria)

xxxxx

Primorosa interação do exímio POETA CARIOCA. Grata!

CORES SOBRE A MORTE

As pétalas deitadas na partida

Beijam o féretro de mogno claro,

Cores e cores morrem sem amparo,

Vidas e vidas choram ressentidas!

A sinistra impressão da morte adida,

Absorve o encanto, ergástulo - Declaro! -,

As flores num fremido desamparo,

Fenecem junto à lágrima da vida!

A alquimia entre a infância e o agora impacta,

Livre o odor no ar, filosofia intacta,

De inesquecível essência na lembrança,

Que a homogenia da tristura facta

Une os semblantes numa dor compacta

Cumprindo um quadro de desesperança!

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 23/10/2018
Reeditado em 03/06/2022
Código do texto: T6484266
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