O IRMÃO-SOL CELESTE

“Ao poeta Carlos Bondoso”

Toda a ausência do sol, daquele mesmo sol de nós,

Daquele sol que nos rodeia vinte e quatro horas

Sobre vinte e quatro horas sem nunca parar,

Toda essa ausência faz-nos minguar a vida,

Essa pequenez de vida que de si é relativa…

E, todos nós, navegando em casca de noz,

Sentimos, em cada dia, as ânsias e as demoras,

E este sol – ai o sol! – Abruma-nos o olhar

E impede-nos de chegar à praia prometida

Por não termos em nosso horizonte a luz viva.

A luz do sol é o farol altivo qu´ nos sustém

E nos garante a cada dia a identidade

Da nossa própria natureza e qualidade

Sem as quais jamais sentiremos paz e bem.

E mesmo que arredio todo o sol cirande

Compete-nos vencer este desafio agreste

Saudando, aqui e agora, o irmão-sol celeste

Num Hino que o bom Deus ao coração nos mande!

Frassino Machado

In JANELAS DA ALMA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 19/10/2018
Reeditado em 19/10/2018
Código do texto: T6480473
Classificação de conteúdo: seguro