O IRMÃO-SOL CELESTE
“Ao poeta Carlos Bondoso”
Toda a ausência do sol, daquele mesmo sol de nós,
Daquele sol que nos rodeia vinte e quatro horas
Sobre vinte e quatro horas sem nunca parar,
Toda essa ausência faz-nos minguar a vida,
Essa pequenez de vida que de si é relativa…
E, todos nós, navegando em casca de noz,
Sentimos, em cada dia, as ânsias e as demoras,
E este sol – ai o sol! – Abruma-nos o olhar
E impede-nos de chegar à praia prometida
Por não termos em nosso horizonte a luz viva.
A luz do sol é o farol altivo qu´ nos sustém
E nos garante a cada dia a identidade
Da nossa própria natureza e qualidade
Sem as quais jamais sentiremos paz e bem.
E mesmo que arredio todo o sol cirande
Compete-nos vencer este desafio agreste
Saudando, aqui e agora, o irmão-sol celeste
Num Hino que o bom Deus ao coração nos mande!
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA