Soneto de Kronos
o natural seria entregar-te
sem tropeço ou demora,
expor essa tímida verdade
como sol nascente de aurora
teço, entretanto, o silêncio
com estranha passividade,
escuto-te levando nas horas
réstias breves da tarde
a ordem das sincronicidades
é bela, repleta das memórias,
antigas lendas que invadem
devora-me o jogo das idéias,
deterioram-me as artérias,
desmorona-me a realidade