SONETO CHOROSO

Choroso soneto, meu, tão chorado

Sem leveza, sem arte, sem ternura

Traçados pela sorte em desventura

Em vagidos manhosos, desentoado

É tristura na trova, e desesperado

O estro. No papel cheio de ranhura

Sem condição de uma doce leitura

Afrontando o coração desgraçado

E nesta tal tirania de infeliz criatura

Ditosos algozes. No peito abafado

Surgindo da sepultura da amargura

Ó sátira mordaz, de sentido perverso

Deixe o teu jugo imóvel e silenciado

Guie só fausta melodia ao meu verso

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

2018, outubro - Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 17/10/2018
Reeditado em 30/10/2019
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