V E N T O S A S
O OMO por sobre o peixe é inútil,
Não há nada que limpe, a tal sujeira
Faz a cabeça do inocente útil,
A massa de manobra desordeira.
Lá onde os braços do polvo alcançam,
Fixam-se as ventosas poderosas.
Um tipo de veneno inoculam,
Sonolentos no lodo vemos rosas.
Como a hidra novas cabeças cria.
Com elas propaga sua influência,
Tal poder não explica a ciência.
Hipnose coletiva seria?
Será que é do povo ignorância?
Será que é o fim da democracia?
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* Para o soneto Homem a Deriva, do poeta Gilberto Oliveira