LÁGRIMAS
Sou um rio entre lágrimas derramadas;
Afogando em pranto incontido, aljôfar.
Saudades dum amor, de ser amada...
Minh'alma anestesiada em ópio a arfar.
Quis amar com toda imensidão do Mar.
Ondas sísmicas em conflito no coração,
Rupturas já cansadas, meu Ser à velejar;
Derramo-me em gota d'água. Eclosão.
Contenho um oceano em meus olhos,
Abster-me de vida, esvair no horizonte;
Uma morte lenta, em beijos vagarosos.
Lá se vai... meu espírito langaroso;
O quão desejei duma paz alvorecer,
Meus olhos estancados, destino impiedoso.