Fatigantes horas - soneto.
Nesta paisagem escura em que apareces inerme
Trazendo os gráficos despidos, sem capturas
Encapelados pelos seguidos dias que expiram.
Morrem inertes, vazias e amorfas as saudades.
Antes do novo arrebol do adolescente dia a fenecer
Corroendo o tempo sorrateiro, amorfo e perdido
A espera exausta se cansa da espera e estingue-se.
Num labirinto que aguarda a tarde que não tarda
Fatigantes horas como caravanas levantam o pó
Que gruda aos meus pensamentos na esperança
Que alenta ainda o teu desabrochar no horizonte.
Com certeza a esperança crescera e se aninhara
Como se fosse uma refrega de alento ainda viva.
Incitando inda mais o seguir das estações confusas.