ALMA LIBERTA
A minhalma das sombras regurgita
a esperança, defunta putrefeita.
Imagem da presença parasita,
das entranhas, orgânica desfeita.
E cabendo enfim no corpo que habita,
vê a vida na forma imperfeita
que realmente tem e delimita
como se pode dar por satisfeita.
A morte enfim percebe do seu lado,
é onde sempre esteve - sombra viva
no caminhar concreto, articulado
com sua sorte frágil, transitiva.
Pode medir assim o passo dado
antes da queda certa e gradativa.