O CORVO
Há um corvo grasnando no alto cume.
No breu que tu'alma a minha capturou,
Numa esfera sombria, extinguindo lume;
Como se a morte nos olhos à ti: --encontrou.
O corvo não voa sobre céus enegrecidos;
Num galho seco agora faz teu ninho.
Inverno roubou teus vôos enternecidos
Suas penas turvas esquecidas de carinho.
Perpetuamente preso numa gaiola,
Sem grades, trancas, nenhuma sentença
Que absolva teu triste penar que te assola.
Vês este corvo que inocente padece?
Por buscar abrigo num coração impiedoso;
Tu'alma algoz se definha.Liberdade apetece!