Soneto I (A Descoberta)

Um ano, dois, três, quatro,cinco,seis...

Inicia a contagem regressiva de uma vida,

Cujo futuro pseudo-infinito em uma só vez,

Foi destruído por uma praga não merecida.

Acreditando que a boca da morte seja de um anjo,

Preposto de um Deus distante e de olhar bondoso.

Vindo do etéreo, embalado pelo som de um banjo,

Anunciando a descoberta de algo tão tenebroso.

Rosa negra, doravante, será cultivada no jardim,

Onde outrora resplandecia uma jovem açucena.

O que fazer, não sofrer e não sentir o final em mim?

Nesse momento alucinógeno e solitário que é só meu...

Ganhar força, enfrentando o que resta com alma serena,

Recebendo o fio tênue que Deus ternamente me deu,