Marca do tempo - Soneto
Ainda conversa em meus dias as marcas da ocasião
Pensei tê-las deixados nos arquivos das estações
E que não iriam me incomodar mais com infinitas
Fantasias despojadas nos relentos das tristes vagas
Lépida e intrépida, ainda assim: vive a regirar
Nostalgias e produtos nus. Vazios, a incomodar
Contudo, as estações passam a contar e a rir-se
Das marcas que ainda indeléveis permanecem.
Sórdidas lembranças com um contumaz porfiado
Destacam-se em informar de notícias grosseiras
Que alimentam as marcas que ainda germinam
Num ritual faminto por pesadelos que incorporam
As horas viventes, das minhas lembranças desnudas.
As balizas aparecem como um baluarte a incomodar