ANJO NEGRO
Eis que hás de vestir-se de morte,
Quando ela tocar-lhe:_ despojando tu'alma;
Ceifando tua vida. Há alguém que o conforte?
Amparando-te; jazido em estendida palma.
Quando o anjo negro sugar-lhe o fôlego;
Teus olhos fecharem para o eterno...
A palidez da tua pele, dantes como pêssego,
Macia e alva, lançada ao abismo do inferno.
Não mais verás o sol nascer e a lua porvir...
No breu que herdastes de teus ancestrais,
Sobre o teu langor, ansiando a paz sobrevir.
De vestes negras e uma foice nas mãos;
Anjo negro, pérfido e sombrio. Implacável!
Tu vistes visitar-me... quanta presunção.