A CIGARRA
Às estações propícias, primavera
E verão, as cigarras num só coro
Unem-se com intuito de namoro...
- Esbarram-se entre as árvores; quem dera?
Tão estridente o macho, mais sonoro
E ameno o canto da fêmea na espera
Entre as ramagens... quando não modera,
Dá-nos a impressão de um lúgubre choro.
Talvez adivinhando chuva, diz
Um antigo ditado popular;
Crente, o homem do sertão vê-se feliz.
E feliz, mais à crença ele se agarra...
Mas, com o intuito de se acasalar,
É mais que nobre o canto da cigarra!